narrativa
criação de narrativas digitais
As mudanças não estão apenas nas mídias e nos suportes, mas também na maneira como estamos recriando as linguagens humanas. Dessa forma, passamos a pensar no que é relevante para cada público, preocupando-nos primeiro com a mensagem e, depois, em como disponibilizá-la da melhor forma, dependendo do suporte hipermidiático. Criar conteúdo relevante e com propósito, e disponibilizá-lo de acordo com o meio, é mais importante do que focar no meio em primeiro plano. A convergência da comunicação nos permite escolher qual, como e onde queremos consumir determinado conteúdo. Não faz mais sentido esses momentos serem delimitados, sem que seja melhor para quem os escolhe.
O avanço e a democratização dos meios de digitais mudam a comunicação e a forma pela qual a consumimos, e é fundamental compreendermos não só as transformações comportamentais que essa mudança traz, mas também as novas possibilidades para a criação de narrativas tendo em vista a experiência do usuário proporcionada pela interatividade. Assim, a relação entre usuário e conteúdo transformou-se por meio do tipo de suporte hipermidiático e seus recursos tecnológicos (hiperlinks, vídeos, gifs, animações), que preveem também interações entre eles.
O avanço tecnológico possibilitou a desvinculação da forma material dos suportes estáticos, priorizando o conteúdo em relação à forma. Com isso, criam-se diferentes formas de experiência entre o leitor, o conteúdo e a interação que os meios digitais proporcionam. Não se trata mais de transpor o conteúdo para as mídias digitais, mas de como proporcionar ao leitor uma nova experiência de leitura e de apropriação de conteúdo.
Os signos não evocam apenas objetos ausentes, mas cenas, intrigas, séries completas de acontecimentos ligados uns aos outros. Sem as línguas não poderíamos nem colocar questões, nem contar histórias. As pessoas podem se desligar parcialmente da experiência em curso e recordar, imaginar, jogar, simular. Assim, elas se deslocam para outros lugares, outros momentos e outros mundos. Não devemos esses poderes apenas às línguas, como francês, inglês, português, italiano, etc., mas igualmente a outros tipos de línguas, como a plástica, a visual, a musical e a matemática, entre outras consideradas quase universais. Quanto mais as linguagens se enriquecem, maiores são as possibilidades de simular, imaginar, fazer imaginar um alhures ou uma alteridade, construindo conhecimentos 1.